EXCLUSIVO: “Dama da Noite” e seus figurinos

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Na hora de criar um figurino, todas as referências são bem vindas para que você receba uma vigorosa salva de palmas

Ator, produtor cultural e dono da Superbacana Produções, Luiz Fernando Almeida, 36 anos, têm um currículo invejável construído em 20 anos de carreira. Em cartaz com a peça “Dama da Noite”, que estreia dia 23 de abril, Luis Fernando me passou com exclusividade fotos e croquis do figurino.

Envolveu-se com moda em 1992, quando assinou o figurino de seu primeiro espetáculo “Capitães de Areia”. Depois disso, produziu figurinos de performances em casas noturnas, atuou quatro anos no Mercado Mix, promoveu bazares, desenvolveu figurinos para publicidade e, no ano 2000, assinou o figurino do vídeo cenográfico da Rita Lee, no show Erva Venenosa.

Como ator, faturou dois prêmios de melhor ator coadjuvante. Um do “Prêmio Plínio Marcos”, com o espetáculo “Quando os Olhos se Fecham”, em 2009 e do Festival de Teatro de Cubatão [XVIII FESTAC], com o espetáculo “O que terá Acontecido a Rosemary?”, em 2010, onde também é produtor.

Um bate papo descontraído, via e-mail, rendeu conversas sobre o seu envolvimento com o mundo da moda, a relação entre ator e figurino, influências da maquiagem teatral e como foi montar os figurinos das duas peças “O que terá Acontecido a Rosemary?” que está em sua 2°edição, e a “Dama da Noite”, que estreia em abril.

Foto Gabriela Mangieri

#Blog_MNB: Como é feito a produção dos figurinos?

@Luis Fernando Almeida: Teatro é uma arte coletiva. Todos têm funções bem definidas, mas de uma maneira geral, contribuem com referências e elementos. Para elaborar as peças, o figurinista precisa criar, desenhar, conhecer o texto e assistir aos ensaios pra entender a movimentação dos atores. Tudo isso tem que ser levado em conta, além, é claro, de ser muito criativo para lidar com um budget [orçamento] apertado.

# Como é o trabalho realizado com Fernando Pompeu, que cuida da maquiagem dos dois espetáculos: “O que terá Acontecido a Rosemary?” e “Dama da Noite”?

@ Como tudo no processo de uma montagem teatral, o visagismo [maquiagem] precisa de muitas referências para ser bem composto e estar conectado com o todo. Pompeu assina o visagismo de “O que terá Acontecido a Rosemary?” e “Dama da Noite”. Desculpem-me os outros, mas o Pompeu é O MELHOR aqui na região. Ele sempre vem cheio de referências cinematográficas e tem traços firmes.

Foto Adilson Felix

#O que você traz na bagagem, das experiências com moda, que o ajuda a na parte dos figurinos?

@Acredito que trabalhar com moda em um determinado período da minha vida me fez desenvolver um senso estético e crítico mais aguçado. Isso me ajuda a entender melhor a proposta do profissional e me adequar ao que for preciso.

#A roupa soma na hora de dar vida ao personagem?

@O Figurino é de extrema importância para a composição de um personagem. Ela muitas vezes é capaz de salvar o ator, dando caminhos e diretrizes na construção do personagem. Mas, por exemplo, se eu fizer um espetáculo estando nu, preciso dar conta da interpretação. [risos]

#Conte-me mais sobre a elaboração dos figurinos da peça “Dama da Noite”?

@Foi assinado pelo Luiz Careca, que atualmente trabalha na TV fazendo o figurino da apresentadora Luciana Gimenez. A personagem do espetáculo tem uma atitude super underground. O figurino é todo preto com detalhes brilhosos, muitas peças justas, atitude de roqueira, tachas, couro, paetês, plumas, penas também. Eu convidei o Careca porque ele tem muito contato com a cena underground nacional, e sem dúvidas, ele e o cara perfeito para esta empreitada. Além de trabalhos publicitários, o Careca já prestou serviços para as revistas Quem, Isto É gente e Contigo, o que nos garantiu um olhar urbano pra personagem.

Croqui Luiz Careca

Foto Gabriela Mangieri

#E o figurino do espetáculo “O que terá Acontecido a Rosemary?”?

@Os figurinos foram assinados por Kadu Verissimo, que também é autor e protagonista do espetáculo. Considero o Kadu um dos melhores figurinistas da baixada para o teatro. Nessa peça, ele foi extremamente feliz e acertou em cheio, optando por trabalhar com cores fortes e vivas, as peças fluídas e leves, todas com ar vintage. Tudo bem, sou suspeito pra falar, mas são três homens em cena (Kadu Veríssimo, Eu e Junior Brassalotti) travestidos de mulher e fazendo comédia. As peças tinham que ser funcionais e leves. O Kadu sacou essa sensibilidade na hora de criar o figurino sem ser caricato, mesmo trabalhando com exagero em algumas peças.